quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Memórias de um Snesmaniáco: Prehistorik Man


Hoje eu preparei mais uma análise de um jogo lançado para o Snes, o console campeão de análises aqui no Round Clear. Todos sabem que eu não tenho nada contra o Mega Drive, mas acontece que o Snes foi o vídeo-game que mais marcou minha vida nos anos 90, e por isso possui a maioria dos games que eu gosto de recordar aqui no blog. Dessa vez o jogo é Prehistorik Man, que apesar de tantas tentativas, eu jamais consegui zerá-lo. Entenda o porquê e saibam muito mais sobre esse jogo a partir de agora.


Prehistorik Man foi lançado na época em que cada vez mais gamers começavam a trocar o Snes pelas sensações do momento chamadas Nintendo 64 e PSX, talvez por isso ele não tenha feito muito sucesso entre os jogadores, mas eu me considero ter sido um gamer muito privilegiado em ter tido acesso a um jogo tão bom.

Como dá pra ver logo no título do jogo, o enredo de Prehistorik Man se passava na pré-história, um pouco semelhante aos dois jogos da pequena série Joe & Mac. O que talvez pouca gente saiba é que essa versão ainda teve dois antecessores lançados para o Amiga, chamados apenas de Prehistorik 1 e 2, ambos se passavam na mesma época, mas somente o segundo tinha o mesmo protagonista do terceiro jogo lançado para o Snes. Esse protagonista era Sam, um homem das cavernas bem pirado, mas também muito corajoso. Não é a toa que foi dada a ele a missão de resgatar as comidas e ossos da tribo que foram roubados pelos dinossauros. Mas ele precisa ser rápido, porque o inverno está próximo e a tribo precisa da comida para se sustentar durante essa estação. Como recompensa, ele receberá do próprio chefe do lugar o direito de casar com sua filha gatinha.

Ao todo, Prehistorik Man possuía 24 fases representando variados tipos de cenários diferentes, como por exemplo, ambientes como a selva, vulcões, florestas, geleiras e até um cemitério de dinossauros no final. Para aqueles jogadores que detestam fases aquáticas em qualquer jogo, também podiam jogar Prehistorik Man com segurança, já que esse tipo de cenário não estava presente (talvez seja porque Sam não se dava muito bem com água, pois ele morria toda vez que caia nela em algumas fases). No entanto, o número total de fases era bem alto para um jogo que não podia ser salvo e nem possuía sistema de passwords. Esse acabou sendo o principal motivo para que eu nunca tenha conseguido terminá-lo.

Enquanto em muitos games de plataforma o objetivo de cada fase era somente se chegar ao final dela ou derrotar certo chefe, matando inimigos e indo sempre na mesma direção, a Titus Software fez algo em Prehistorik Man que agradou me agradou muito. A empresa desenvolvedora fez com que em algumas fases, o jogador tivesse que cumprir determinadas missões como encontrar objetos que seriam muitos úteis na fase seguinte. Um exemplo disso é a segunda fase, em que Sam tem que derrotar o grande leão com pintas para pegar sua pele, assim o inventor que ajudava o protagonista podia utilizá-la para criar uma asa-delta utilizada na terceira fase. Havia outros exemplos de itens que deviam ser encontrados para outros fins, como por exemplo, encontrar as pedras preciosas que liberavam uma passagem bloqueada por uma pedra, ou as chaves que libertavam o amigo de Sam que estava preso.

No decorrer do jogo, os jogadores vão encontrando vários tipos de comidas como batatas-fritas, sorvetes, hambúrgueres, frutas, bolos e muitos outros guloseimas que precisam ser coletadas. Quanto mais ele conseguir, maior será a porcentagem dada a ele no final do jogo. Esse monte de guloseima ainda ganhava mais importância porque o chefe da vila contava quantas delas você coletou em cada fase, com isso o jogador somava pontos e ganhava vidas extras.



Ossos também podiam ser coletados, pois eles serviam como grana em Prehistorik Man. Eles podiam ser coletados de um em um, mas de vez enquanto você encontrava cestas cheias deles, o que fazia com que sua grana aumentasse bastasse de uma só vez, além de receber mais alguns quando se derrotava algum inimigo. Com eles você podia acessar os shops que estavam espalhados no meio dos cenários (alguns meio escondidinhos ou em lugares de difícil acesso) para comprar continues, informações e outros itens bem importantes, como um bilhete que faz com que você termine a fase assim que sai do estabelecimento.

Infelizmente no jogo, a Titus não adicionou nenhum mascote que pudesse ser montado por Sam para dar uma mãozinha ao nosso herói, mas ela adicionou 4 personagens que podem ser encontrados no decorrer das fases, além do chefe da vila. A filha do chefe aparecia muito pouco durante a aventura, mas em uma das últimas fases ela havia sido raptada, e cabia a você salva-la. O ferreiro e o inventor ajudavam mais, já que eles podiam criar armas limitadas (como machados e lanças) e algumas invenções (como um pula-pula, o monociclo e a asa-delta). O outro era um explorador que revelava alguns segredos e dava dicas e missões aos jogadores.

O game também contava com um bônus, que ajudava muitos jogadores, já que nele não havia nenhum tipo de inimigos e o objetivo era conseguir o maior numero de comida até que o tempo se acabasse, garantindo uma ou até mais vidas a mais para os jogadores. O problema é que conseguir chegar a esse bônus era meio complicado de inicio, já que para isso, era necessário juntar as 5 letras que formava a palavras BONUS, sendo que cada uma estava escondido em uma fase. Mas depois de um tempo, você vai descobrindo a localização exata de cada letra, podendo acessar o bônus com mais facilidade.

Os jogadores também se davam muito bem com os comandos do game, só que havia um único defeito. Primeiramente, era possível movimentar Sam apenas com os direcionais. Mas caso o jogador fosse bem apressado, poderia fazer com que ele corresse apertando o botão Y (quando segurado), até aí nenhuma novidade. O problema é que dessa forma ele podia derrapar na hora de parar, o que facilitava com que você caísse em abismos e perdesse uma vida, ou caísse do alto de alguma plataforma, tendo que regressar na fase, fazer o mesmo caminho novamente e sendo obrigado a passar pelos mesmos inimigos da primeira vez que passou pelo local (mesmo que eles tivessem sido derrotados).

Fora isso, o jogo agradava muito no quesito comandos. Como na maioria dos jogos de plataforma, o botão B era responsável pelos saltos do personagem (pular enquanto corre fazia com que ele desse saltos enormes, uteis para alcançar plataformas divididas por grandes abismos). Já o botão Y, era utilizado para que ele utilizasse seu tacape para acertar o inimigo, enquanto o botão A fazia com que ele utilizasse um super e eficiente grito que acabava com todos os inimigos que estivessem próximos (embora ele seja inútil contra os chefes). Mas vale lembrar, que eles não podiam ser usados a qualquer momento, somente quando a barra no canto da tela estivesse cheia.

A dificuldade de Prehistorik Man era crescente como na maioria dos games, ou seja, quanto mais você avançava nas fases, mais difícil ia ficando. Mas de vez enquando surgiam algumas que conseguiam ser menos complicadas que as anteriores. No modo easy, o jogador podia terminar o jogo vencendo apenas pouco mais da metade de fases disponíveis no game. Já no modo Normal, a dificuldade não aumentava, mas o número de fases sim. E era nessas fases exclusivas para o modo Normal que os inimigos e chefes davam maiores trabalhos. Quanto mais você avançava, os inimigos ficavam cada vez mais chatos e podiam causar grandes problemas. O pior de tudo é que o jogo contava com aquele péssimo fator de fazer com que os inimigos voltassem à vida depois que você regredia para o mesmo local em que eles foram mortos. Sem contar que o número de abismos era bem grande no decorrer da aventura.

Já os chefes do jogo apareciam sempre no final de certos estágios. Todos eles eram dinossauros feios, enormes e que usavam variadas formas de arrancar a energia de Sam. Para derrotá-los, era necessário esvaziar toda a sua barra de energia que ficava na parte de cima da tela. O bom é que durante as batalhas, os inimigos não apareciam para dar trabalho tanto quanto os gigantescos vilões.

Provavelmente os jogadores precisariam de algumas tentativas para conseguir zerar Prehistorik Man, no entanto, nas primeiras já era possível pelo menos chegar às últimas fases. O número de continues disponíveis era bem alto e a Titus ainda adicionou algumas coisas que davam certa mãozinha aos jogadores. Sempre que você era atingido por um inimigo, mas conseguia matá-lo em seguida, ele liberava quatro pequenos coraçõezinhos. Se você consegui-se pegar todos eles, teria sua energia recuperada. Ainda havia alguns itens como a capa, que deixava Sam invencível temporariamente, os corações dentro de uma bola de vidro que aumentavam um espaço a mais na barra de energia de Sam, além dos corações que preenchiam um espaço. Todos esses itens podiam ser encontrados no decorrer das fases, algumas vezes bem escondidos.

A Titus caprichou e muito nos gráficos, desenvolvendo cenários que representavam paisagens muito bem feitas, detalhadas, e com coloração e contornos bem fortes. Quando se é para reparar nos cenários, dá pra perceber que até os que estão mais ao fundo foram muito bem desenhados. Melhor que isso, só as animações de Sam, que são um show a parte no jogo. Elas funcionam com uma velocidade considerável e são muito variadas.



A trilha sonora foi outro quesito em que a Titus mandou muito bem, já que ela era composta por músicas que certamente fariam falta se o game estivesse mudo. Nas primeiras fases, a maioria das musicas possuem um ritmo bem divertido, alegre e descontraído, enquanto as últimas já davam um suspense a mais e até deixava o jogo com uma seriedade maior. Os efeitos sonoros também não ficavam atrás e eram perfeitos, até mesmo os roncos - que Sam emitia enquanto tirava uma soneca quando ficava certo tempo sem ser movimentado - podiam ser ouvidos. Os gritos do personagem usados para matar os inimigos ou quando morria ainda dava um humor a mais no jogo.


Quem sabe numa outra oportunidade, eu ainda possa voltar a jogar Prehistorik Man e terminá-lo. Também aconselho que muito de vocês conheçam esse jogo e façam o mesmo, porque vale muito a pena. A única coisa que fez falta foi mesmo a impossibilidade de se salvar o progresso, ou a utilização de passwords. Fora isso, tudo foi muito bem feito pela Titus Software, e o humor contido no jogo e que é passado aos jogadores, são como uma cereja no bolo.

11 comentários:

  1. Belo review, gostei.

    Eu sempre começava a jogar esse game e desistia logo no início, NUNCA consegui controlar direito a maldita asa-delta, puta troço complicado de mexer.

    Os gráficos do jogo são ótimos mesmo, mas acho esse personagem muito sem sal. Sei lá, apesar de algumas inovações nas fases e nos itens, não achei Sam muito carismático (assim como nenhum personagem de jogos da "era das cavernas" - talvez eu tenha alguma sina com eles, talvez...).

    Qualquer dia eu pego pra valer esse jogo, deve ficar melhor em fases adiantadas.

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  2. Você é muito de um nintendista

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  3. Mega muito mais rápido,entenda nunca poderia sair Sonic 2 para snes

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  4. O super nintendo tinha o Sonic IV, manolo, mesmo que não seja oficial e ja era melhor que todos os outro Sonic de mega
    http://www.youtube.com/watch?v=Ty27nEc_CqQ

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  5. Putz, eu estava louco para descobrir o nome deste jogo! :-)

    Joguei este título incansavelmente enquanto tive meu Super Nintendo, E... 23 + 1 fases? CACETADA! Agora eu lembrei o motivo de nunca ter conseguido zerar, rs...

    Um abraço e parabéns! O Round Clear está cada vez melhor!

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  6. @Jorge Lucas

    O mais longe que eu consegui chegar foi no último boss do game. Mesmo assim fiquem muito feliz pelo feito.

    Mas nunca é tarde para que você jogue Prehistoric Man novamente algum dia, quem sabe você não o termina. ;D

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  7. Jogo muito clássico, passei horas jogando, consegui zerar em todos os modos, zerei umas 5x. :D

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  8. Poxa eu adoro esse jogo! Pena que so tem no Snes.

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  9. Pocha vida!e o melhor jogo q joguei pena q não tenha salvo.mas vou savar.

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  10. Desculpe-me ta voltando esta postagem em 2017 rs. Assim,nos Shops tem um ítem chamado salve game, para que funciona este? pensei que salvasse a fase mas nunca consegui salvar.Se

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  11. Olá Leandro aqui é o Xande, cheguei até na 17 fase, não consegui reunir todas as páginas do livro, concordo com você, sem password não tenho ânimo para tentar supera la.

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