segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mundo Advance: 007 Everything or Nothing

Desde que resolvi criar o Round Clear, acho que nunca falei o quanta curtia os consoles portáteis e seus jogos extremamente divertidos. Entre vários que foram lançados ao longo dos anos, o meu preferido foi o Game Boy Advance, e também o que mais joguei. Mas a paixão na verdade começou com o Game Boy Color, onde os primeiros games que conheci foi Pokémon Yellow e Gold. E como na época eu era um fanático pelas criaturinhas, eu só queria saber de batalhar, capturar, ganhar insígnias e vencer a Elite dos 4 para se consagrar o melhor treinador de Kanto e Johto. Tempos depois nasceu o Game Boy Advance, que trouxe a nova geração de Pokémons em um novo continente chamado Hoenn. Então eu me consagrei em Pokémon Emerald e em seguida fiz o que não tinha feito no Game Boy Color, tive acesso a outros games que não eram da série e descobri que os portáteis da Nintendo podiam oferecer um mundo imensamente extraodinário e que ia muito além do que eu imaginava.

E é para homenagear esse console que eu estou estreando a nova categoria Mundo Advance, onde eu irei analisar os melhores (e quem sabe também os piores) jogos lançados para portátil da Nintendo. Começando por um que reúne belos gráficos e uma jogabilidade das melhores, além de ser protagonizado pelo espião mais famoso do cinema. Confiram!
Diferente de muitos outros games protagonizados pelo agente James Bond, 007: Everything or Nothing não foi baseado em nenhum filme da série. Por isso a EA Redwood Shores e EA Canada tiveram que se virar para produzir um enredo para que a Eletronic Arts pudesse lança-lo para o PS2, XBox e Game Cube. O jogo até que ganhos boas criticas e agradou muitos gamers. Inclusive, as vozes dos personagens no jogo até foram dubladas por atores reais, entre eles, Pierce Brosnan, um dos 6 astros de Hollywood que entraram na pele do espião mais famoso do mundo.

Só que além desses três consoles, a EA também lançou 007: Everything or Nothing para o nosso querido Game Boy Advance. Só que a responsável pela produção dessa versão foi a Criptonite Games. Apesar de bom, o jogo foi muito diferente das outras versões lançadas para consoles caseiros, por isso recebeu criticas boas por um lado e ruins por outro.

A diferença que logo se notava era no designe. Como jogos de tiro em primeira ou terceira pessoa eram raridade em portáteis como o GBA, a Criptonite optou por desenvolver o game com a câmera isômetrica, como se pode ver nas imagens. Pelo menos para mim, esse não foi um ponto negativo no jogo, mas para muitos, era impossível planejar ações de espionagem se tanto o protagonista quanto o jogador não tinham um campo de visão tão grande.
Mas mesmo assim, a desenvolvedora do game fez o possível para dar a ele espionagens dignas de verdadeiros filmes de 007. Os jogadores que gostavam de Stealth, ou seja, de ir matando os inimigos e avançando nas missões silenciosamente e sem serem percebidos, podiam faze-lo no game. E o game disponibilizava comandos, elementos do cenário e motivação para que eles pudessem fazer isso. Os jogadores podiam contar com pilares, paredes e outros elementos para se esconder dos inimigos e dar o golpe quando achasse que era a hora certa. Também havia o botão R, que fazia com que o agente secreto ficasse agachado para andar lentamente e em silêncio, fazendo com que houvesse menos chances de ser percebido. Assim, quando o jogador se aproximava o bastante do inimigo, bastava ele usar o botão B para que Bond lhe desse uma “gravata” que faria com que ele desmaiasse e o eliminasse do game. Sem contar que no canto superior esquerdo da tela havia um radar bem útil, além de uma barra que enchia quando algum inimigo próximo notava a presença do agente 007.

Além de tudo, haviam as missões secudárias, que eram missões que não eram obrigatórias. Elas motivavam os jogadores a matarem um determinado número de inimigos utilizando a técnica citada anteriormente. Em troca eles ganhavam Style Points extras. Mas em outras missões, a utilização dessa técnica era mais do que necessária. Isso porque havia momentos no jogo em que se o jogador matasse inimigo sendo percebido, alguns que estavam próximos apareciam para dar mais trabalho ao agente.

Em 007: Everything or Nothing para GBA, James Bond sempre começava uma missão com a pistola comum, mas podia ir encontrando armas melhores destruindo latões e caixas ou matando inimigos. Sempre que uma arma nova era encontrada, ela logo substituía a atual. No entanto, as armas não podiam ser trocadas, então só era possível parar de usar uma quando sua munição acabava. Quando a munição de todas as armas acabavam, a única opção que os jogadores tinham era de se arriscar em matar os inimigos dando golpes com o botão B. Mas assim como as armas, munições também podiam ser encontradas no decorrer das missões, além de silenciadores e granadas.

Completando missões primárias e secundárias e matando inimigo, os jogadores coletavam um determinado número de Style Points. Com eles, era possível comprar novos equipamentos que certamente eram de grande ajuda. Havia dois tipos de equipamentos, que eu chamo de comuns e especiais. Os comuns eram botas, upgrades de armas e coletes que, quando comprados davam lugar a um equipamento do mesmo gênero e função, só que com capacidade melhorada. Por exemplo, o colete Flak Armor tinha a função de reduzir os danos recebidos por tiros em 10%. Quando ele era comprado, imediatamente ficava disponível o colete Ballistic Steel Armor, que tinha a mesma função do anterior, só que reduzia os danos em 15%, além de ser mais caro. Já os equipamentos especiais não eram substituídos e nem equipados no personagem. Na verdade eles eram itens que possuiam funções como aumentar a capacidade de munição de uma arma, dar um kit médico sempre que uma missão era iniciada, aumentar a velocidade dos tiros e etc.
Nos jogos da série 007 lançados para os consoles caseiros, sempre há aquelas missões que muitas vezes quebram a cabeça de alguns jogadores, obrigando os até a usarem algum detonado. Mas nessa versão de 007: Everything or Nothing para GBA isso não acontece. Na maioria das vezes, basta com que o jogador siga em frente matando os inimigos até chegar ao final da fase. Além disso, alguns checkpoints (liberados quando o jogador executa um objetivo) dão ainda mais facilidade. Sem contar que a versão pode ser considerada bem curta. Ainda bem que a Criptonite deu ao game 3 níveis de dificuldade diferentes, senão os jogadores enjoariam logo que o terminassem na primeira vez.

Os gráficos do game conta tanto com elemento em 3D quanto em 2D. A Criptonite caprichou em pelo menos 90% desse quesito, deixando os cenários muito bem definidos e detalhados. O único defeito que se pode notar é no desenho do próprio personagem principal, que não se aparece nem um pouco com o agente 007 interpretado por Pierce Brosnan. Mesmo assim, os movimentos do agente, dos outros personagens e dos inimigos são de boa qualidade, deixando o único defeito passar em branco.

A parte sonora pode decepcionar alguns, mas não ser problema para outros. As músicas de fundo algumas vezes não combina com a ação contida no game e são bem lentas. Mas para que as partes em que ocorrem mais tiroteio não fique tão sem graça pela falta de trilha sonora adequada, a Criptonite resolveu fazer com que a música de cada cenário mudasse imediatamente quando algum inimigo disparasse algum tiro, sendo substituída por uma que combina mais com o gênero.

Enquanto isso, os efeitos sonoros eram de ótima qualidade e bem diferenciados. Cada arma emitia um som de disparo diferente da outra, e todos eram perfeitos. Já entre as vozes, a que mais se ouvia era a de Bond, quando emitia um grito de dor, sendo no mínimo razoável em termos de qualidade.

A versão do Game Boy Advance, além de ser o melhor game da série que havia sido lançado até então para os portáteis, também é uma boa opção para aqueles que querem controlar o espião mais famoso de todos os tempos em missões menos hardcores, que vêm sendo lançadas nos consoles caseiros desde 007 Goldeneye. Além disso, qualquer um pode perceber que a Criptonite fez de tudo para dar o máximo de stealth para o game, além de acertar em muitos outros quesitos, como nos gráficos e trilha sonora. O maior ponto fraco ficou mesmo por conta da duração, contendo apenas 8 fases, todas elas bem curtas. Mas ainda sim 007: Everything or Nothing ainda é uma boa pedida.

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