segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Análise: Splatterhouse: Wampaku Grafitti (Nes)

Nos anos 80, uma das coisas mais raras era encontrar algum jogo de terror e suspense sendo lançado para fazer vários gamers o jogarem com os olhos grudados na tela e até, quem sabe, tomarem alguns sustos. De vez em quando surgiam alguns que até possuíam alguma coisa digna de verdadeiros filmes de terror, mas mesmo assim eles corriam o risco de serem banidos. Mas isso não ocorreu em 1989, quando a Namco lançou Splatterhouse no Oriente. Pra falar a verdade, seria exagero dos japoneses banirem um jogo como esse, já que apesar dele até envolver medo e alguns fatos sobrenaturais e monstruosos, possuía até um clima humorístico.

Hoje em dia, estamos beirando o lançamento de um remake da série, que será lançado para os consoles da nova geração. Só que essa versão será muito diferente da original, já que promete ser muito sanguinária, brutal e assustadora, algo que dificilmente aconteceria há pelo menos 20 anos atrás.


Splatterhouse era protagonizado por Rick, um jovem que logo no começo do game (por motivos desconhecidos) dormia dentro de um túmulo enquanto sua namorada chorava a beira desse. De repente o tumulo se abre, e Rick sai de dentro dele vivinho da silva, deixando a garota muito feliz. Só que essa felicidade dura pouco, já que em seguida uma abóbora demoníaca sai de dentro do tumulo ao lado e captura a namorada de Rick, obrigando o jovem a ir atrás dela, afim de tê-la novamente em seus braços.



O que mais chamava a atenção no protagonista era sua máscara que parecia ter vida e ficava no chão toda vez que ele morria. Muitas até diziam que com ela, Rick lembrava Jason, da conhecida série de filmes Sexta-Feira 13. Esse talvez tenha sido o principal motivo para que os produtores de Splatterhouse tenham modificado a máscara do protagonista nos jogos futuros da série.

O game se desenrolava em apenas 7 fases, que continham diversos cenários dignos de verdadeiros filmes de terror, como cemitérios, casas mal-assombradas, florestas, cidades bem escuras e etc. No decorrer de cada fase, os cenários podiam mudar mais ou menos umas três ou quatro vezes, já que Rick podia entrar em portas (ou coisa do tipo) para prosseguir no jogo.

Assim como na maioria dos jogos lançados para o Nes, em Splatterhouse havia poucas ações para se fazer além de se movimentar. Com o Botão A Rick pulava, enquanto que com B ele usava a sua principal arma: um machado. Mas esse machado não era somente sua principal arma, mas também era quase que a única. De vez em quando era possível encontrar uma espingarda, que podia ser usada para se matar os inimigos de uma boa distância e sem ser necessário mirar muito, sem contar que ela ainda podia matar até três deles com um único tiro. Mas apesar de ser muito legal utiliza-la, elas não apareciam muitas vezes durante o game, além de terem munição limitada. Assim, quando as balas acabavam, o jogador era obrigado a voltar a usar seu bom e velho machado. Melhor do que nada...

Mas já que a Namco não fez questão de dar uma alegria a mais aos jogadores adicionando novas armas ao jogo, pelo menos os inimigos não davam muito trabalho aos jogadores. Certo? Errado! Embora apenas uma machadada fosse o suficiente para derrotar a maioria deles, muitas vezes eles podiam aparecer em bando, o que era o bastante para deixar qualquer jogador mordendo o pobre e retangular controle do Nes de tanta raiva.

Os inimigos se diferenciavam bastante no game, e como é típico em jogos assustadores (ou que pelo menos tentam ser assim), eles eram bem diabólicos e medonhos, como monstros melequentos, cães, abóboras, fantasmas, esqueletos, mãos vivas e até alguns objetos comuns que possuíam vida e faziam de tudo para derrotar Rick. Mas os piores do jogo mesmo eram os frangos que saíam de dentro do fogão e começavam a voar (mesmo estando mortos e prontinhos para serem assados). Cena incrivelmente ridicula!

Para recuperar parte da energia, era possível encontrar balas matando alguns inimigos e lanches espalhados pelos cenários. Enquanto uma simples balinha aumentava uma parte da energia, os lanches podiam aumentar três, o que os faziam muito uteis no jogo. Para facilitar ainda mais, Splatterhouse fazia uma contagem de quantos inimigos eram mortos pelo jogador. Para cada 10, um espaço na barra era acrescentado. Depois disso, 20 criaturas deveriam ser destruídas para que um novo espaço também fosse adicionado e assim por diante.

Apesar de parecer difícil, eu posso dizer com toda tranquilidade que qualquer jogador persistente podia zerá-lo no mesmo dia que começou a jogar, e em poucas horas. Isso porque o jogo contava com o sistema de passwords e com os continues. Sempre que você morria, podia usar um continue para voltar na mesma parte que você parou, e não no início da fase para ter que começar tudo de novo. Só que os continues eram limitados, então, quando eles acabavam é que você voltava lá pro início, tendo que usar novamente o password para jogar na mesma fase.

Splatterhouse não tinha gráficos tão impressionantes e nem tão desagradáveis, e também não eram tão detalhados, o que não era muitoto necessário em jogos com um lado meio humorístico e com um estilo de desenho animado. Os sprites também eram legaizinhos, representando personagens cabeçudos como se vê em charges e caricaturas. Mas mesmo tendo uma nota média na parte gráfica, Splatterhouse conseguiu fazer algo bem importante que foi representar muito bem os cenários sombrios, o que se tornou ideal para deixar o jogo com uma cara mais assombrosa.

Assim como os gráficos, a parte sonora do game também era mais ou menos. As músicas eram bem diversificadas, o problema é que alguns jogadores poderiam até se irritar com elas, já que elas eram bem repetitivas. O mesmo se pode dizer dos efeitos sonoros, principalmente o som de quando Rick era atingido, que era o mais irritante do jogo.

Concluindo, apesar de não ter tantos defeitos, Splatterhouse: Wampaku Graffiti não tinha nada de tão extraordinário. Era um jogo bem simples e sem nada que o fizesse se destacar dos demais. Além disso, o baixo número de fases para um jogo tão fácil dificilmente fazia com que os jogadores voltassem a jogá-lo depois que ele era terminado. De qualquer forma, vale a pena ser jogador pelo menos até zerá-lo uma única vez, até porque o final até que é bacaninha.

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